sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O ronco pode causar separação de um casal?

O RONCO E O DIVÓRCIO, saiba como evitar esta crise pelo problema de saúde.

Dizem que uma das causas do divórcio é o ronco. Quando o casal ronca, com timbres e em tempos diferentes, a mútua perturbação noturna soa como um pacto secreto. É um caso raro de cumplicidade, em que os amantes são cúmplices até no sufocamento. Mas quando só um dos parceiros ronca, o desamor do outro cresce.

Antes do desamor, do ódio e da separação, há várias tentativas vãs. Exemplos: dormir em quartos separados; protestar contra a falta de sensibilidade do roncador (sejamos cavalheiros nesta terra de muitos machos brutos: só os marmanjos roncam); pedidos reiterados da vítima ao roncador para que este consulte um médico, etc.

Depois de problemas de dinheiro e infidelidade, o ronco aparece com a terceira maior causa de divórcio.

Todo mundo ronca. No entanto, existem roncos, chamados patológicos, que produzem tanto barulho que incomoda não apenas a quem está próximo do roncador, como as pessoas na casa e em alguns casos até os vizinhos, como é o caso de uma senhora inglesa, que ronca tão alto quanto o barulho de um jato voando baixo - ou seja 112 decibéis. Segundo a organização mundial de saúde, acima de 40 decibéis já é poluição sonora.

Este é um problema que atinge metade dos homens a partir dos 40 anos e um quarto das mulheres.

O barulho incomoda e faz acordar o parceiro que não ronca. Mas, não é esse exatamente o problema que leva ao divórcio, embora contribua. Afinal, quando o parceiro ronca muito, ou muito alto, os casais optam por dormir em lugares diferentes prejudicando não só a intimidade sexual como aquela conversa sobre as questões do dia na hora de dormir.

O problema maior está na qualidade do sono e em como esta afeta o humor do casal. Segundo a pesquisadora Rosalind Cartwright, do Centro Médico Rush, em Chicago, e uma das poucas cientistas do mundo a estudar a relação entre casamento e apneia do sono, os casais em que um dos parceiros ronca, costumam brigar ou ter mais desentendimentos que outros sem o problema.

Isso porque a cada ronco (são em média 300 por noite), tanto o roncador quanto o não roncador acordam e levam até 4 minutos para voltar ao estágio anterior de sono, o que acaba por subtrair 2 horas de sono por noite. Então, ao invés de dormir as 8 horas necessárias, a pessoa dorme apenas 6 horas. Enquanto que o roncador não percebe que acordou, o parceiro percebe e sofre. O resultado é cansaço, irritação, dificuldades para entrar em consenso e sensação de desigualdade em relação ao roncador.

O resultado em longo prazo é o desgaste da relação, brigas constantes e consequentemente o divórcio.

Este é um problema que pode ser evitado se ambos os parceiros estiverem dispostos a fazer algo a respeito.


Como contornar ou resolver o problema:


Embora esse problema tenha tão grande impacto que chegue a ser a terceira maior causa de divórcio, apenas 10% das pessoas procuram ajuda. Portanto, se você está passando por isso em seu casamento, tome já as seguintes medidas:


1. Se o problema está no parceiro, converse com ele


O ronco pode ter diversas causas e uma delas é a apneia do sono, que é uma parada respiratória provocada pelo fechamento da faringe causando dificuldade de oxigenação do sangue. Por isso pode ser um sinal de alerta importante.


Aborde o problema de maneira delicada com seu parceiro. Explique que ele está roncando muito e que isso pode ser um problema de saúde física ou emocional. Incentive-o a procurar um médico e verificar os fatores de risco para o ronco, bem como os efeitos desse sobre o organismo


2. Se você é o roncador


Se você é o parceiro que ronca e já está ciente disso, deve fazer o possível para contornar o problema para o bem-estar do parceiro e da relação. Portanto, procure um médico e verifique:


Peso


A natureza não preparou ninguém para ser obeso. Quando estamos acima do peso, as células gordurosas vão se formar também na região da faringe, dificultando a passagem do ar e causando uma vibração barulhenta.


Constituição do aparelho respiratório

Verificar os fatores de risco como adenoides, amígdalas grandes, recuo da base da língua e desvio de septo e até a constituição craniofacial - como o queixo retraído que pode agravar o ronco.


Refluxo gastresofágico


Este é um dos problemas que podem levar ao ronco, bem como a outros problemas mais graves como o esôfago de Barrett.


3. Evitar maus hábitos


Álcool e cigarro irritam a faringe, fazendo com que ela inche e, claro, causando o ronco. Também deve-se evitar dormir de estômago cheio e de barriga para cima, que faz com que a língua retraia e feche a passagem do ar. Dormir de lado é a melhor maneira de facilitar a respiração.

A apneia pode ter consequências na saúde como pressão alta, problemas do coração e morte súbita, que só poderão ser detectados pelo médico. Não deixe de consultá-lo.

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