quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Dormir mal leva a comer 385 calorias a mais no dia seguinte


Segundo uma análise de vários estudos, publicada o mês passado na European Journal of Clinical Nutrition, concluiu-se que quando uma pessoa dorme mal existe a tendência para consumir, em média, 385 calorias a mais no dia seguinte.
O que ajuda a explicar a associação dinâmica descrita por alguns autores entre a obesidade e distúrbios do sono.
A explicação para este fenômeno não é clara. Os responsáveis pelo estudo, de Inglaterra, apontam como possível explicação que áreas do cérebro ligadas ao sistema de recompensa sejam ativadas quando uma pessoa que dormiu pouco contacta com comida.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O ronco pode causar separação de um casal?

O RONCO E O DIVÓRCIO, saiba como evitar esta crise pelo problema de saúde.

Dizem que uma das causas do divórcio é o ronco. Quando o casal ronca, com timbres e em tempos diferentes, a mútua perturbação noturna soa como um pacto secreto. É um caso raro de cumplicidade, em que os amantes são cúmplices até no sufocamento. Mas quando só um dos parceiros ronca, o desamor do outro cresce.

Antes do desamor, do ódio e da separação, há várias tentativas vãs. Exemplos: dormir em quartos separados; protestar contra a falta de sensibilidade do roncador (sejamos cavalheiros nesta terra de muitos machos brutos: só os marmanjos roncam); pedidos reiterados da vítima ao roncador para que este consulte um médico, etc.

Depois de problemas de dinheiro e infidelidade, o ronco aparece com a terceira maior causa de divórcio.

Todo mundo ronca. No entanto, existem roncos, chamados patológicos, que produzem tanto barulho que incomoda não apenas a quem está próximo do roncador, como as pessoas na casa e em alguns casos até os vizinhos, como é o caso de uma senhora inglesa, que ronca tão alto quanto o barulho de um jato voando baixo - ou seja 112 decibéis. Segundo a organização mundial de saúde, acima de 40 decibéis já é poluição sonora.

Este é um problema que atinge metade dos homens a partir dos 40 anos e um quarto das mulheres.

O barulho incomoda e faz acordar o parceiro que não ronca. Mas, não é esse exatamente o problema que leva ao divórcio, embora contribua. Afinal, quando o parceiro ronca muito, ou muito alto, os casais optam por dormir em lugares diferentes prejudicando não só a intimidade sexual como aquela conversa sobre as questões do dia na hora de dormir.

O problema maior está na qualidade do sono e em como esta afeta o humor do casal. Segundo a pesquisadora Rosalind Cartwright, do Centro Médico Rush, em Chicago, e uma das poucas cientistas do mundo a estudar a relação entre casamento e apneia do sono, os casais em que um dos parceiros ronca, costumam brigar ou ter mais desentendimentos que outros sem o problema.

Isso porque a cada ronco (são em média 300 por noite), tanto o roncador quanto o não roncador acordam e levam até 4 minutos para voltar ao estágio anterior de sono, o que acaba por subtrair 2 horas de sono por noite. Então, ao invés de dormir as 8 horas necessárias, a pessoa dorme apenas 6 horas. Enquanto que o roncador não percebe que acordou, o parceiro percebe e sofre. O resultado é cansaço, irritação, dificuldades para entrar em consenso e sensação de desigualdade em relação ao roncador.

O resultado em longo prazo é o desgaste da relação, brigas constantes e consequentemente o divórcio.

Este é um problema que pode ser evitado se ambos os parceiros estiverem dispostos a fazer algo a respeito.


Como contornar ou resolver o problema:


Embora esse problema tenha tão grande impacto que chegue a ser a terceira maior causa de divórcio, apenas 10% das pessoas procuram ajuda. Portanto, se você está passando por isso em seu casamento, tome já as seguintes medidas:


1. Se o problema está no parceiro, converse com ele


O ronco pode ter diversas causas e uma delas é a apneia do sono, que é uma parada respiratória provocada pelo fechamento da faringe causando dificuldade de oxigenação do sangue. Por isso pode ser um sinal de alerta importante.


Aborde o problema de maneira delicada com seu parceiro. Explique que ele está roncando muito e que isso pode ser um problema de saúde física ou emocional. Incentive-o a procurar um médico e verificar os fatores de risco para o ronco, bem como os efeitos desse sobre o organismo


2. Se você é o roncador


Se você é o parceiro que ronca e já está ciente disso, deve fazer o possível para contornar o problema para o bem-estar do parceiro e da relação. Portanto, procure um médico e verifique:


Peso


A natureza não preparou ninguém para ser obeso. Quando estamos acima do peso, as células gordurosas vão se formar também na região da faringe, dificultando a passagem do ar e causando uma vibração barulhenta.


Constituição do aparelho respiratório

Verificar os fatores de risco como adenoides, amígdalas grandes, recuo da base da língua e desvio de septo e até a constituição craniofacial - como o queixo retraído que pode agravar o ronco.


Refluxo gastresofágico


Este é um dos problemas que podem levar ao ronco, bem como a outros problemas mais graves como o esôfago de Barrett.


3. Evitar maus hábitos


Álcool e cigarro irritam a faringe, fazendo com que ela inche e, claro, causando o ronco. Também deve-se evitar dormir de estômago cheio e de barriga para cima, que faz com que a língua retraia e feche a passagem do ar. Dormir de lado é a melhor maneira de facilitar a respiração.

A apneia pode ter consequências na saúde como pressão alta, problemas do coração e morte súbita, que só poderão ser detectados pelo médico. Não deixe de consultá-lo.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

CPAP com Máscara Nasal e Facial – 9 Coisas que deve saber


1 # Tipos de CPAP

A finalidade do CPAP é sempre a mesma – Criar um fluxo de ar para impedir que as vias respiratórias fiquem bloqueadas. O ar sai do CPAP por um tubo que é ligado ao paciente através de 2 formas:
CPAP Facial: Uma máscara facial que cobre o nariz e a boca.
CPAP Nasal: Uma máscara nasal que cobre apenas o nariz.
O fluxo de ar pode ser constante no caso do CPAP com pressão fixa ou pode ser variável no caso do Auto-CPAP.
CPAP de pressão fixa: Esses aparelhos CPAP têm um fluxo de ar constante com uma pressão pré-programada, e mantêm essa programação durante toda a noite.
Auto-CPAP: OS dispositivos automáticos (APAP) ajustam o fluxo de ar entre a respiração, de acordo com as necessidades específicas do paciente. Esses são aparelhos de tratamento inteligente. A pressão é reduzida quando o paciente apresenta sinais de estabilidade e aumenta quando o paciente apresenta sinais de problemas respiratórios como ronco, limitações de fluxo, apneias e hipopneias.

2 # Preço do CPAP

Hoje em dia existem muitas marcas desses aparelhos e o preço pode variar entre os 800 e 4.000 reais. Pode também considerar alugar por 30 dias para adaptação.
Por indicação de muitos pacientes e médicos indicamos a Marbel Terapia do Sono
Porque o preço varia tanto? O preço entre os CPAP varia muito porque uns trazem mais funções do que outros. Por exemplo a inclusão do humidificador para ajudar a evitar que a garganta fique seca, Tecnologia Easy Breath e alívio expiratório, comunicação wireless, uns fazem menos ruido, uns têm pressão automática em vez de fixa, entre outras coisas.

3 # Onde Comprar

Pode comprar o CPAP em muitas lojas de material médico e hospitalar. O seu médico pode referenciar uma ou então você pode ver diversas lojas online que vendem esse tipo de equipamento. Na maior parte das vezes eles enviam um Fisio especialista em distúrbios respiratórios para configurar o aparelho de acordo com suas necessidades e orientá-lo sobre o uso do equipamento.

4 # Tamanho e estilo das Máscaras

Existem diversos estilos e tamanhos das máscaras porque ninguém tem nariz e rosto igual. Na hora de comprar o CPAP fale com o seu médico e com o produtor do aparelho e certifique-se que a máscara se adapta às suas necessidades. As máscaras faciais completas que cobrem o nariz e a boca podem não agradar a algumas pessoas e podem produzir uma sensação de claustrofobia.
É importante que a máscara seja confortável e se ajuste totalmente à sua cara para não haver fuga de ar.

5 # Adaptação ao CPAP

Algumas pessoas não se adaptam muito bem ao CPAP. Isso pode acontecer porque simplesmente não gostam de ter uma máscara na sua cara ou porque não se adaptam ao fluxo de ar constante que lhes provoca confusão quando respiram.
Quando isso acontece a melhor solução será experimentar o dispositivo sem a pressão de ar durante alguns momentos do dia, usando apenas a máscara. Aos poucos vai se sentindo mais confortável e pode começar a ligar a pressão de ar do aparelho por alguns momentos até se habituar. Assim que você esteja acostumado à sensação de usar o CPAP comece a usar o aparelho sempre que for dormir.
Alguns aparelhos têm uma opção chamada “Rampa” que vai aumentando a pressão gradualmente para haver uma melhor adaptação. Se a pressão constante de ar continuar a ser um problema, outro tipo de dispositivos podem ser considerados. O B-PAP oferece pressão de ar variável, ou seja, fornece mais pressão quando você inala e menos pressão quando você expira o que torna o seu uso mais natural e a adaptação mais fácil.

6 # Nariz seco e entupido

Muitas pessoas se queixam que ficam com o nariz entupido e seco quando usam o CPAP. Esse problema pode ser solucionado através de um umidificador que é acoplado ao CPAP. O nível de umidificação é ajustável. Os umidificadores podem ser comprados em conjunto.
Uma boa higiene nasal também pode aliviar os sintomas, como por exemplo o uso de uma solução salina ou “água do mar” antes de dormir ou então o seu médico pode receitar um corticosteroíde nasal nos casos em que o umidificador não ajuda.

7 # Ruídos

A maioria dos novos aparelhos CPAP são quase completamente silenciosos. Por vezes as máscaras podem apresentar uma fuga de ar e fazer um ruído que incomoda algumas pessoas, por isso é importante certificar que a máscara está bem adaptada. O filtro do aparelho também deve ser verificado. A sujidade ou algum objeto que esteja a bloquear o filtro pode acentuar o ruído do dispositivo.
Se o barulho continua perturbando fale com seu médico ou com a empresa que lhe vendeu o CPAP.

8 # Vantagens

Os pesquisadores afirmam que o CPAP diminui bastante a sonolência diurna, especialmente em pessoas com apneia do sono moderada a grave.
Estudos mostram que o CPAP pode ajudar pessoas que têm apneia do sono moderada a grave a reduzir a pressão arterial tanto durante o dia como de noite.
Pessoas com doenças arteriais coronarianas que usam o CPAP para tratar a apneia do sono correm menos risco de ter problemas de coração.
É o melhor tratamento não-cirúrgico para a apneia obstrutiva do sono.

9 # Uso geral: Resumindo

No início pode ser difícil adormecer com a pressão de ar do aparelho ligada. Você pode remover acidentalmente a máscara durante o sono porque não está habituado a dormir com um objeto ligado à sua cara. Pode também acordar com vontade de tirar a máscara porque seu nariz está congestionado. No entanto, tudo isso faz parte do processo de adaptação.
O umidificador pode ajudar muito em caso de nariz congestionado;
experimente várias máscaras até encontrar a mais confortável;
a máscara facial completa pode ajudar as pessoas que ficam com a boca seca;
o auto-CPAP pode ser mais caro mas pode ser a melhor solução para quem tem dificuldade em se adaptar à pressão de ar fixa.
A paciência e o tempo são dois fatores muito importantes.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Apneia do sono infantil

A tendência é mundial, apesar da causa ser desconhecida. A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) afeta cada vez mais crianças e começa a surgir mais cedo, às vezes antes dos dois anos, alerta Luísa Monteiro, coordenadora da Unidade de Otorrinolaringologia do Hospital Lusíadas Lisboa. A especialista explica que o problema tem solução, mas é importante chegar a um diagnóstico precoce para evitar consequências graves.
Chama-se Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) a um conjunto de situações em que se verifica uma paragem no ritmo respiratório, com movimentos (falhados) para forçar a inspiração. Ao contrário das paragens respiratórias em que a criança fica muito tranquila, sem mobilização dos músculos respiratórias, quando existe Apneia do Sono infantil, ela tenta inspirar, só que não consegue. Estas apneias são de origem central e podem ocorrer em pequena quantidade num período normal de sono.
A apneia do sono infantil é cada vez mais comum – às vezes até em crianças muito pequenas. Algumas, antes mesmo dos dois anos de idade, já têm formas intensas de SAOS. Trata-se de uma tendência mundial e não se sabe qual a causa. Luísa Monteiro, coordenadora da Unidade de Otorrinolaringologia do Hospital Lusíadas Lisboa, explica a apneia do sono infantil.

Sinais de alerta 

  • Ressonar
Muitas crianças ressonam e não têm apneia do sono. Quando a criança ressona, sem nenhuma interrupção do ritmo respiratório, chama-se “ressonar primário”. Cerca de 10% dos miúdos ressonam, mas só a 1 a 3% destes tem, de facto, apneia do sono infantil. Em qualquer dos casos, se o ressonar for muito frequente, também necessita de tratamento: quando há paragens habituais, fora dos episódios de infeções respiratórias altas, a criança deverá ser encaminhada para uma consulta de Otorrinolaringologia.
  • Alterações de comportamento
Os pais devem estar atentos a alterações do comportamento, pois estas crianças normalmente são irritáveis, roçando a hiperatividade, ao contrário do adulto com SAOS que geralmente tem sonolência diurna.
  • Sono agitado
O esforço respiratório durante a noite leva ao consumo de muita energia e as crianças geralmente têm um sono agitado, mudando de posição na cama e com microdespertares. Quando se verifica a apneia do sono infantil, os doentes tendem a transpirar muito durante a noite e, em alguns casos, voltam a urinar na cama.
  • Perda de apetite
Alguns miúdos têm diminuição de apetite e, tipicamente crescem em altura, mas estabilizam (ou diminuem) o peso, baixando de percentil de peso.

Fatores de risco da apneia do sono infantil 

Numa mesma família, a forma do crânio costuma ser semelhante, pelo que pode existir aí uma maior prevalência de SAOS. Crianças com malformações da base do crânio/ faringe, nomeadamente crianças com trissomia 21, ou com algumas doenças metabólicas e, mais raramente, crianças com obesidade (ao contrário dos adultos em que é um risco frequente), fazem parte de um grupo especial de crianças com maiores fatores de risco.

Repercussões no presente e no futuro

Há estudos que provam que, além das alterações físicas, podem ocorrer também problemas cognitivos, comportamentais e mesmo dificuldades escolares. Em casos de grande gravidade, pode até haver repercussões cardiovasculares. A SAOS interfere ainda com o desenvolvimento harmonioso da face e da arcada dentária, pode ter como consequência uma respiração oral e aí surgem as feições típicas (rosto comprido, boca aberta e palato ogival) ou mesmo posturas desadequadas da coluna, dos membros superiores e tórax, que são alterações mais difíceis de corrigir. No entanto, muitas das alterações físicas, comportamentais e intelectuais são reversíveis com a correção atempada do SAOS das crianças.

Diagnóstico

Numa criança, o diagnóstico de SAOS é geralmente um diagnóstico de presunção, isto é, que não carece na maior parte dos casos de confirmação por estudos de sono. A história clínica e um vídeo caseiro da criança a dormir (som e imagem), feito pelos pais, podem ser suficientes para fazer o diagnóstico. Em caso de dúvida, de dificuldade do tratamento ou de crianças com situações especiais, o médico poderá pedir também um estudo polissonográfico (que implica o registo de diferentes parâmetros em simultâneo, durante o sono).

Uma síndrome, vários tratamentos

Ao contrário dos adultos, as crianças têm muitas vezes indicação operatória. Se não existem outros fatores de risco associados e têm uma grande hipertrofia, a extração de adenoides e amígdalas é geralmente curativa e muito gratificante para o desenvolvimento da criança e da sua qualidade de vida — bem como dos pais e conviventes, sobretudo se os irmãos partilham habitualmente o quarto. Há, porém, situações mais complexas que necessitam uma abordagem diferente e adaptada, podendo implicar outras cirurgias, adaptação de próteses ortodônticas, aparelhos para respirar durante a noite, etc. Cada caso exige uma avaliação e implica um plano de tratamento individual.